A humildade não possui admiradores.

    Boa noite caros leitores,
acordei com um pensamento interessante.


     A pessoa que não expõe seus grandes feitos, que acolhe um conselho publicamente,  que não procura ser o típico herói dos quadrinhos, que assume seus deveres, obrigações, erros e culpas sem resistência não possui admiradores.


    As pessoas tem a necessidade de Deus, isto é fato. E, como não conhecem o Único Deus criador do céu e da terra, que possui infinito poder e glória; elas buscam heróis da mesma espécie em quem se inspirar, espelhar e também exaltar e até seguir os seus passos.


    Desde a nossa infância conhecemos a imagem dos heróis: forte, alto, harmoniosamente bonito. Nele não há espaço para medo ou singeleza. Ele vai atrás dos seus objetivos sem medo de errar -  pois se errar não é herói - e ele nunca erra. É popularmente conhecido por seus feitos morabolantes. 


    Por isso as pessoas não reconhecem em Jesus um herói, e por isso não o admiram. No que diz respeito a sua humanidade: nasceu de mulher, seguiu o humilde ofício do seu pai, estudou a fio o manual da vida, que é a palavra de Deus; a sabedoria era sua amiga, as pessoas eram um dos seus objetivos, a verdade o seu caminho. Libertou prisioneiros, alimentou multidões, andou a pé e navegou de barco. Amou. Chorou. Foi traido, perseguido, humilhado, torturado e morreu, morte de cruz. Naquele momento seus companheiros eram dois ladrões. 


    Diante da imagem construída na infância de um herói, é possível reconhecer em Jesus um verdadeiro herói? Não.


    Porque essa imagem está distorcida. São contos. São estórias. São mentiras!


    Herói deve ser aquele que é humano, vive extraordinariamente a vida, explora, vive e pratica os sentimentos e atitudes mais nobres, aprende e ensina. É verdadeiro, não humilha ninguém, é  sábio, serve os outros, se doa pelos outros com amor. Ama. Não tem medo de expor seus sentimentos publicamente, é capaz de transmitir lições de fé, amor, superação e humildade diante das circunstâncias mais difíceis. E sobre todas essas coisas, que adora a Deus, Pai de todos; e é dependente dEle.


    Diante dessas qualidades, umas poucas que citei do Mestre da Vida, é possível identificar em Jesus um herói. O maior de todos. Por que os outros são estórias e nunca existirão. Ele é o único e verdadeiro Herói, o Mestre Inesquecível. Que morreu sim, mas Deus o glorificou e ressuscitou cumprindo o seu plano para resgatar a humanidade. Hoje Ele está a destra de Deus  e breve voltará sobre as nuvens com grande poder e glória!!




A Jesus todo louvor!




Rafael Amaral. 

O Garotinho Perdido.

A Primeira interrogação foi a de todos os dias:
-Joãozinho? Joãozinho está ai?
Mas, Joãozinho não estava.
Nem na casa ao lado, nem na outra e nem na outra.
Panelas foram esquecidas ao fogo,
Papai chegou, pensou em palmadas e não voltou para o trabalho.
A vizinhaça toda sai a rua,
o telefone começa a tocar para todos os lugares possíveis
e impossíveis de se encontrar o pequeno fugitivo.
A rua pacata torna-se um palco de medo e angústia.
Um sabor de tragédia pairando no ar.
Tudo porque um pedacinho de gente
de rosto sardento e short quadriculado
encontrara o portão aberto e resolvera conhecer o mundo.
Onde o teria levado a sua pequenina cabeça de cinco anos?
Talvez nessa hora nem se lembre que papai e mamãe
só sabem chorar e repetir:
-Onde estás filhinho? Onde estás filhinho?
Em meio o desespero, uma inspiração atravessa
a mente do pai aflito que quase sem fôlego
chega à delegacia e:
-Seu guarda por acaso...
Mas nem termina a frase.
No banco ao lado, com sinais de lágrimas no rostinho sujo
está o pequeno fugitivo.
Papai, nem pensa em palmadas quando se curva para tomá-lo nos braços. Apenas na alma, gosto de céu,
de tesouro encontrado.
A criancinha abre os olhos e murmura:
-Papai!
E aninha a cabecinha no ombro paterno
para dormir melhor.
E é assim no céu desde o principio, desde quando mundo se formou:
-Ondes estás meu filho?
O Pai procurando, Jesus com a Vida convidando:
-Volta fugitivo, o céu ainda é seu!
-Talvez esteja irreconhecível, filho ingrato que o mundo quis levar.
Mas, o Pai pelo nome conhece, perdoa tuas culpas,
todo mau esquece, pela alegria de te encontrar.
Como insistes na tola vaidade
preso à uma estrela de tão falso brilho?
Como podes fugir indiferente,
tendo um Pai que te chama docemente:
-Onde estás meu filho? Onde estás meu filho?

Esse lugar é meu!

Que fazes aí ,Jesus,no alto da colina?
esta coroa a te ferir a fronte?
O sangue a misturar-se com o suor?
Que fazes aí,Senhor,neste lugar,que é meu?
Teu lugar é no céu:Comandando os mundos,dominando os elementos,recebendo adoração.
Que fazes aí,na solidão,apenas dois ladrões por companhia?
Este lugar é meu,Senhor!
Fui eu que deixei de atender as ordens de teu Pai,que enganei meu irmão,que desprezei os caídos à beira do caminho.
Fui eu que te deixei sozinho,na hora do julgamento,que cruzei os braços e encolhi as mãos.
Fui eu que invejei,tratei com indiferença,não soube perdoar.
Entendes,agora,porque aí é meu lugar?
Fui eu que tive pensamentos maus,desejei o que não me pertencia,levei teu nome a zombaria,seduzida por promessas,ou com medo de ameaças.

Tu és puro e Santo,amigo e bom.
Não é justo que permaneças aí!
Tu nunca falhaste.Este é o lugar dos que erraram.Esse lugar é meu,Jesus,desce daí!
Para glória tua e minha salvação,troca esta cruz horrível,que aceitaste,pelo trono que te ofereço em meu coração.
Amém.

(Myrtes mathias)