25/07/2010

Saudade



É da saudade que estou falando.

Mais parece o sol que arde em chamas, querendo explodir, expandir, se libertar dessa angústia, desse desejo ansioso; mas que se contém por conter.

Mais parece alguém amarrado, com ânsia de se soltar das amarras apertadas que machucam, que limitam seus gestos, movimentos, expressões; que limitam a vida.

Mais parece um caminho sem fim ou uma viagem sem destino que se percorre a pé, que cansa e descansa, cansa e descansa mas não sai do lugar e se pergunta se esta chegando.

Mais parece aquele aperto no fundo do peito, desejo de apertar ou não apertar, de abraçar e não abraçar, de beija e não beijar, desejo de fazer tudo e não fazer nada. Desejo sincero de apenas ter ao alcance da vista, de ter ao lado.

É ela que te faz rolar pra lá e pra cá, não te deixa dormir, te faz refletir, pensar e criar. É ela que te faz perder a fome, que fez passar rápido o ontem, e que te faz ver o amanha ligeiro raiar. É ela que te faz delirar quando se é racional, e te faz pé no chão quando inconsequente. A paixão não aguenta com ela, no entanto, ela é termômetro do amor.

É da saudade que estou falando.

À autora da minha saudade. Tenho muito carinho e amor sincero a lhe dar.
por Rafael Amaral 25-07 In Salvador

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