29/09/2010

Sem palavras.

Estou sem palavras...
Não sei nem por onde começar a me expressar.


       Nesses últimos meses tenho me dedicado a leitura de livros de filosofia. Comecei lendo biografias de filósofos, me aprofundando na vida e, sobre tudo, no modo de pensar deles. Comecei por um que é o maior de todos os homens, ele o carpinteiro de nazaré, seu nome é Jesus.


       Lendo sobre a vida de Cristo e o modo de pensar dele percebi que eu não o conhecia. De fato, fui apresentado a poucos dias. E o melhor, foi realmente um prazer.
       Há muitas lições de vida que o Carpinteiro de Nazaré nos dá, basta dedicar-mos em um estudo aprofundado sobre seus poucos anos de vida na terra, para tornar-mos mais humanos, solidários e amorosos.
        As pessoas tem muito que aprender com a essência das ações dele. Até mesmo aquelas que dizem segui-lo  precisam parar e dedicar algum tempo de estudo aprofundado sobre suas atitudes.


       Iniciei esse pequeno texto dizendo que estou sem palavras, realmente estou, pois acabei de ver um filme chamado Última parada - 174. O filme relata a história do seqüestrador do ônibus da linha 174, que aconteceu há alguns anos no Rio de Janeiro, seu nome era Alexandre. 
       O filme, como todo bom filme Brasileiro, é repleto de xingamentos e mostra perfeitamente como é o submundo da prostituição, do trafico e da bandidagem. Porém há algumas fragrâncias que ele me exalou e me deixou sem palavras. 
       Toda pessoa, por mais anônima que seja, tem uma história de vida surpreendente; muitos querem fazer um filme, não sabem que a vida é de fato uma grande produção cinematográfica. E a outra fragrância é que Deus ama mesmo o ser humano, por pior que ele seja, sempre dá uma chance de fazer a volta por cima e conhecer do seu amor.


       A história do seqüestrador, o Alexandre do filme, é uma loucura. O pai abandonou a mãe quando soube que ela estava grávida. Mais tarde, quando ele ainda era uma criança, assistiu o assassinato da mãe. Após esse ocorrido foi morar na rua da candelária, onde presenciou e sobreviveu a chacina da candelária - perdendo ali muitos dos seus amigos. Entretanto, nessa história drástica e dramática, ele tinha amigos ligados à Igreja e a Jesus Cristo, como sua mãe adotiva que era uma Cristã e a Igreja da Candelária onde ele se alimentava todos os dias. Porém, as circunstâncias de revolta foram maior. Ele escolheu as drogas à Cristo. Escolheu destruição à salvação. Cristo estava ali de mãos estendidas, ele não percebeu.
      O filme em si é surpreendente, relatou que o Alexandre amou alguém, riu, brincou, brigou, chorou, se drogou. Mostra que ele foi ser humano incompreendido, sem muitas alternativas, sensível à vida das pessoas, mostra que tinha sentimento e pensava como qualquer um. 


      A parte final foi surpreendente. A multidão revoltada; Ok, ele sequestrou um ônibus e merecia a punição por tal ato, porém ao ver a história da vida dele, nós entendemos o porque de tudo aquilo ter acontecido e fazendo uma recapitulação da sua vida, faz sentido quando uma passageira do onibus disse à ele:  "A maior vitima aqui é você". Todas as alternativas de sua vida conspiravam para a desgraça dele, O único sentimento que ele recebeu foi a rejeição, ódio, preconceito, indiferença por parte de todos. O que poderíamos esperar de uma pessoa dessa? Ele não sabia que alguém o Amou! Que o criador o AMOU!!!! Ele não sabia que o sistema queria mesmo que ele sofresse, que ele morresse - assim como fizeram. 


       Foi triste ver que eu fui uma dessas pessoas que não o compreenderam, que o julgou "monstro", merecedor de morte e linchamento público. Cristo tem mesmo razão, Ele compreendeu o cobrador de impostos, a meretriz, o seu traidor, o seu amigo que o negou, aquela mãe que chorava ao levar seu filho na tumba, o doente paralítico, o homem gadareno endemoninhado. Ele compreendeu o ser humano como ele é, e por isso decidiu dar a todos a sua felicidade, que não vem das circunstâncias desse mundo, pois ele sabe como o mundo é cruel e suas intempéries levam o ser humano à maldade geral. Por isso depois de ir, ele deixou um de mesma semelhança está conosco para nos educar e dar amor! Deixou-nos o seu Espírito, que é santo. Para nos guiar, nos mover e nos ver a vida como Ele viu.


Vamos amar mais do que julgar, vamos cultivar o sentimento de empatia, vamos entender que o mundo é cruel e por isso os homens devem ser amor, assim como seu criador é.
O mundo não precisa mudar, os homens sim.




Rafael Amaral
30/09   


      
     

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